
TESTE BIKE - Genius/Spark
Dos peritos do carbono, tive a oportunidade de efectuar um teste-drive ás Scott Genius e Spark (
20).
Faço aqui a minha avaliação pessoal e o relato das aventuras vividas aos comandos destas máquinas!
Num primeiro contacto com a Genius, fiquei com a ideia de que esta bike não era a mais adequada, quer pela geometria do quadro quer pelas suspensões que monta, ao btt que habitualmente pratico – longas tiradas e/ou passeios em trilhos adequados a ritmos de maratona onde o conforto, desempenho rápido, agilidade e leveza são factores bem importantes.
Enganei-me.
Atrevo-me a dizer que esta bicicleta é polivalente e faz quase tudo bem.
Desce desinibida e perfeitamente à vontade para o que muito contribui a Fox 32 Talas RL com 3 travel position 100-125-150 mm montada na frente, bem como o Scott Equalizer 2 também com 3 modos Lockout-Traction-Full Travel montado na retaguarda. Este em particular é uma delicia a rolar e a absorver na perfeição cada irregularidade do terreno mantendo sempre a roda posterior em contacto com o piso, anulando por completo o efeito “
couço” que se sente noutras bicicletas de suspensão total. Pessoalmente classifico o Scott Equalizer 2 como sendo a “
jóia da coroa” montado neste quadro que só por sí é excepcional. De facto o Scott Genius com tecnologia IMP, braço oscilante em carbono HMF NET, drop outs em carbono com a ponteira substituível, rolamentos aeronáuticos e a possibilidade de fazer 150 mm de curso, tudo isto sem incremento de peso, é fenomenal!
A subir, dada a sua leveza, até nos esquecemos que estamos montados numa bicicleta com características predominantemente enduristas com um curso de 150 mm. Obviamente que aqui entram em funcionamento as opções já referidas (
3 travel position 100-125-150 e os 3 modos Lockout-Traction-Full Travel) que nos permitem adaptar o curso às necessidades especificas.
Testei a Genius nos trilhos circundantes a Sever do Vouga, alguns bem complicados (
quem conhece sabe do que falo), mas onde esta bike está como peixe na água.
Mais recentemente levei no fim de semana da Páscoa para a Cela Velha – Alcobaça, a Spark.




Na Cela Velha ergue-se um monumento ao General Humberto Delgado, obra moderna da autoria do escultor alcobacense José Aurélio, recheado de simbolismo para homenagear a grande figura da oposição portuguesa, que ousou desafiar o regime ditatorial, quando se candidatou às pseudo-eleições livres para a Presidência da República de 1958. Esta proeza valeu-lhe a designação de “
General sem medo” mas pagou com a vida a batalha que travou em prol dos ideais da liberdade, sendo assassinado em Espanha a mando da PIDE. O monumento em cimento ergue-se no morro sob a forma de pequenos gomos, que representam as forças opressoras fragmentadas por um bloco ao centro simbolizando o estilhaço da força da liberdade e dois pequenos gomos estão no centro da povoação. Este monumento foi inaugurado em 22 de Julho de 1976, com a presença do então Primeiro-Ministro, Mário Soares e muitos milhares de pessoas.

Por lá tive o privilégio de acompanhado pelo Sérgio Humberto percorrer muitos quilómetros, muitos deles feitos no Pinhal de Leiria (
Matas Nacionais), partindo para norte de Valado dos Frades até próximo de São Pedro de Moel e para sul nas serras dos Mangos e da Pescaria partindo da Cela Velha até São Martinho do Porto, percorrendo todas estas zonas repetidamente, desfrutando durante três dias de toda esta natureza exuberante e típica da zona oeste do nosso país, numa mistura de serra/mar inigualável, encontrando as mais diversas condições no que ao piso diz respeito mas com predominância da areia – muita areia. Nestas condições, a Spark não teve vida fácil e embora este tipo de piso não facilite nada a ninguém, ultrapassou com alguma facilidade as dificuldades naturais, proporcionando sempre um andamento vivo e deixando quem a conduzia (
à vez) de sorriso nos lábios pelo prazer que nos dava – soberba, afinal.
Não posso deixar de agradecer ao Paulo Ramirez a(s) oportunidade(s) que nos deu de pilotar-mos estas máquinas da Scott, as quais sinceramente nos deixam de água na boca.
Fico ansioso pela próxima oportunidade, quem sabe já no Mértola/Ponte de Sôr que se aproxima a passos largos...
Terça-feira, 14 de Abril de 2009
Carvalheira, Humberto